Com a proximidade do fim de ano, as famílias começam a planejar as viagens de férias e, neste momento, pensar na segurança das crianças no carro é fundamental.
O correto transporte de crianças no carro é uma obrigação imposta pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e passível de multa caso desrespeitada.
Para se ter uma ideia, os acidentes de trânsito são a principal causa de mortalidade infantil no Brasil, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde e organizados pela ONG Criança Segura.
Assim sendo, todo cuidado é pouco quando viajamos ao lado dos pequenos. Por isso, apontamos 6 erros graves com a segurança das crianças no carro para que você não venha a cometê-los. Confira!
1. Não utilizar uma cadeira para auto
Desde 2010, a resolução 277 do Contran exige que crianças de até sete anos e meio devem ser transportadas obrigatoriamente no banco traseiro e em dispositivos de retenção.
Dessa forma, não utilizar a cadeirinha para auto é uma falha com a segurança das crianças no carro.
Para cada faixa etária, há um modelo específico de cadeira para auto recomendado:
• Bebês de até 1 ano de idade devem ser transportados no banco de trás do carro no bebê-conforto, voltado para trás, ou seja, de costas para o movimento.
• Crianças entre 1 e 4 anos devem ficar na cadeirinha presa com o cinto e no banco traseiro.
• Crianças com idade entre 4 e 7 anos e meio devem utilizar um assento de elevação no banco de trás.
• Crianças com idades entre 7 anos e meio e 10 anos devem utilizar apenas cinto de segurança no banco de trás - desde que tenham altura superior a 1,45 m, caso contrário, devem utilizar, ainda, o assento de elevação.
Segundo o Código de Trânsito Brasileiro, transportar crianças em veículo automotor sem a devida segurança estabelecida configura-se como infração gravíssima, cuja penalidade é multa no valor de R$ 293,47. A medida administrativa, neste caso, é a retenção do veículo até que a irregularidade seja sanada.
Dessa forma, uma das maiores preocupações com a segurança das crianças no carro deve ser a escolha da cadeirinha.
A definição do modelo ideal deve levar em conta o grupo de massa da criança, a idade, bem como a estatura.
Se você ainda tem dúvidas sobre como escolher o modelo perfeito, preparamos um artigo com 5 dicas para escolher a cadeirinha infantil ideal.
2. Não usar a cadeirinha de costas para o movimento nos primeiros anos de vida
Não basta apenas comprar uma cadeirinha para auto para garantir a segurança das crianças no carro.
A instalação deve ser realizada da maneira correta, a fim de garantir a fixação do dispositivo e aliviar os impactos gerados em caso de colisão.
Usar o dispositivo de retenção de costas para o movimento é uma importante medida de segurança, principalmente nos primeiros anos de vida do bebê.
De acordo com a Academia Americana de Pediatria, crianças de até 2 anos têm 75% menos chance de sofrer lesões graves ou fatais num acidente se estiverem de costas para a dianteira do automóvel.
Em caso de acidente, as lesões cranianas são as mais frequentes entre as crianças. Isso porque a cabeça do bebê é relativamente grande em proporção ao resto do corpo e os ossos do seu pescoço são estruturalmente imaturos.
Dessa forma, quando ele está de frente, independentemente de seus ombros e troncos estarem bem presos, em uma batida violenta sua cabeça e pescoço são lançados para frente.
Estando na posição de costas para o movimento, os bebês têm cinco vezes menos pressão exercida no pescoço em caso de impacto.
Nessa posição, a criança será impulsionada para o interior de sua cadeirinha para auto, sua cabeça ficará bem envolvida e seu corpo receberá menos pressão.
3. Usar dispositivos de retenção de segunda mão
Nada de ceder à praticidade das locadoras de cadeirinha para carro e muito menos de pegar uma emprestada.
Para garantir a segurança das crianças no carro, a cadeirinha deve ser nova e individual, a fim de evitar problemas e ser adaptada à estatura da criança que a usa.
As cadeirinhas de segunda mão são um perigo! Afinal, quando o produto já foi adquirido e utilizado por outras pessoas, é impossível saber o histórico de uso do dispositivo, ou seja, não sabemos como ele foi manuseado e conservado.
Ao comprar ou alugar uma cadeira para auto de segunda mão, você corre o risco de instalar seu filho em uma cadeira para auto não conforme, não homologada ou acidentada.
Quando uma cadeirinha para auto passa por um acidente ou uma freada muito brusca, a estrutura plástica da cadeira pode ser comprometida devido ao esforço a que ela foi submetida. E este comprometimento não é visível a olho nu!
A cadeira para auto de segunda mão pode parecer estar em bom estado, limpa e talvez até seja de uma grande marca, mas é impossível testá-la para saber se ela está em condições de proteger o seu filho em caso de acidente.
Mesmo que você não pretenda usar a cadeira para auto durante muito tempo e queira economizar, não assuma o risco de colocar seu filho em perigo.
4. Levar crianças no colo
Desde a saída da maternidade, o seu bebê precisa ser transportado no carro em um cadeirinha para auto. Para isso, você deve usar o bebê-conforto.
Muitos pais e mães acreditam que levar o bebê no colo é a opção mais segura. No entanto, os braços humanos não têm força e resistência o suficiente para proteger a criança em casos de acidentes.
Além disso, jamais retire a criança da cadeira para auto para amamentar, acalmar e por outros motivos com o carro em movimento.
Logo, se for necessário dar suporte à criança por algum motivo, pare o carro em um local seguro antes de soltar o bebê da cadeirinha para auto.
5. Deixar objetos soltos no interior do carro
Nas viagens de férias, é normal que haja muita bagagem para acomodar no veículo. No entanto, para garantir a segurança das crianças no carro, é necessário alocar bem cada item.
É importante lembrar que, em caso de impactos ou de acidentes, os objetos soltos podem se tornar um verdadeiro perigo para os passageiros do veículo.
Guarde suas malas maiores no porta-malas do carro e tome cuidado com os objetos soltos no interior do veículo, que podem vir a causar ferimentos em casos de frenagens bruscas.
A dica é válida principalmente para brinquedos, tablets e outros objetos maciços, com os quais as crianças menores gostam de brincar para se distrair.
Para evitar o uso de brinquedos soltos no carro para distrair as crianças, conheça outras 6 ideias para entreter as crianças nas viagens de carro.
6. Outro erro com a segurança das crianças no carro é antecipar a ida para o banco da frente
Como falamos anteriormente, até 10 anos de idade as crianças devem ser mantidas no banco traseiro do carro.
E, mesmo quando alocados no banco, elas só podem utilizar exclusivamente o cinto de segurança se tiverem altura superior a 1,45 m.
Os cintos de segurança são projetados para maiores de 1,45m, pois assim, em caso de acidente, o corpo suportará o impacto em suas regiões resistentes como centro do ombro, meio do peito e quadril.
Em geral, apenas crianças maiores de 10 anos já têm idade o suficiente para viajar apenas com o cinto de segurança e também no banco da frente do carro.
Garantir a segurança das crianças é simples, no entanto, muitos cuidados podem passar despercebidos. Tenha atenção para fazer uma viagem mais tranquila e proteger o seu pequeno!
Agora que você já sabe como assegurar a segurança das crianças no carro, que tal oferecer essas dicas para outros pais? Compartilhe esse artigo nas suas redes sociais!